Hoje estou aqui para falar sobre um assunto que a muito hesito em falar. Não por não ter confiança no que estou prestes a dizer, mas por ser um assunto muito sério para mim e por achar que não caberia no blog junto de outros posts tão legais e divertidos.
Mas vamos ao que interessa, maternidade. As pessoas costumam ficar muito surpresas quando descobrem que não vou ter filhos. Porém se você ficar surpreso, entendo, mas as reações, os comentários.. "Você é muito nova para decidir" "Você vai mudar de ideia" "Você vai acabar tendo" "Como assim não vai? Você não quer, mas não se sabe" "Quem vai cuidar de você quando estiver velha?" Esse tipo de comentário me incomoda muito.
Ninguém gosta quando duvidam da nossa capacidade de tomar decisões. Com que idade seria aceitável tomar essa decisão? Até quando vão me dizer que vou mudar de ideia? Na minha cabeça é tão natural quanto decidir TER filhos, casar ou não, trabalhar fora ou não, qualquer decisão sobre meu futuro e estilo de vida.
Estamos falando de criar outro ser humano e tem gente que torce para que eu tenha uma gravidez indesejada. Não estou aqui só torcendo e contando com a sorte. Se decidi assim, eu me cuido e tomo as providências necessárias para que não aconteça.Não estou aqui para falar sobre uma obrigatoriedade legal, literal, mas a pressão que a sociedade em geral exerce, pois nós mulheres "nascemos para ser mães". Eu nasci para ser o que eu quiser, fazer mil coisas maravilhosas, entre elas, ser mãe, ou não. Não me resumo a reprodução e criação. E o fato de sentir todas essas coisas entaladas na garganta me faz acreditar que é um assunto que vale a pena ser falado. Inclusive adoro quando a atriz Jennifer Aniston fala sobre o assunto. Pesquise o nome dela no Google, e entenderão o que quero dizer.
Detalhe que não abordarei aqui é a questão do aborto. Basta dizer que para mim é uma questão de saúde. E preciso dizer, sobre as pessoas que dizem "mas tantas mulheres querendo ter filhos sem poder, e você aí não quer". Lembrem-se, não é porque alguém não pode ter filhos que eu sou obrigada a ter, ou sou ingrata. Todos nós carregamos nossos fardos e fazemos o nosso melhor para lidar com os problemas. Sei que muitas mulheres anseiam pela experiência da gravidez, mas muitas crianças anseiam pela experiência de ter uma família. Devemos aceitar que uma mulher que decide não se casar, não ter filhos, não é uma mulher fracassada, infeliz ou menos mulher. Somos todas fortes, mais que suficientes, donas de si.
Lembrando que esse texto reflete apenas a minha opinião e não a das outras colaboradoras. Elas podem concordar ou descordar de mim em certas coisas. Não estou aqui para desrespeitar ninguém. Pelo contrário, é um desabafo de alguém que também gostaria de ser plenamente respeitada em suas decisões.