Um filme para refletir sobre um sociedade baseada no regime ditatorial
Você já pensou em dizer adeus
ao seu fiel companheiro por um mandado de um presidente? É sobre essa questão
que o filme Ilha dos Cachorros, do
diretor Wes Anderson de grandes
produções como Hotel Budapeste e diretor do filme O fantástico senhor raposo, está
inserido.
![]() |
Imagem: Divulgação |
O enredo conta uma história futurística, mas pode facilmente ser comparado com uma sociedade que vive
sob uma ditadura. O sobrinho do prefeito, Atari, sob ordens do seu tio
Kobayashi – prefeito de Magasaki
– envia seu cão como primeiro a viver em uma ilha do lixo, a fim de incentivar
os demais cidadãos a fazerem o mesmo com seu cães. O ordem do prefeito se
baseia na afirmação de que duas doenças presentes nesses animais estão chegando
ao ponto de serem passadas ao humanos.
Atari, como
um bom revolucionário, rouba um avião de pequeno porte e parte em direção à
ilha do lixo, atual ilha dos cachorros para resgatar Spots. O longa que foi
todo produzido em stop motion, que
exige maior trabalho manual, e logo no começo do filme é dito que os humanos no
longa falam japonês e que os latidos são traduzidos (para inglês) – não sei
como será a exibição nos cinemas, mas espero que se mantenha legendado.
![]() |
Imagem de como é o processo de stop motion| Imagem: Divulgação |
Ao desembarcar na ilha e se ferir, Atari encontra quatro cachorros: o turrão, e vira lata Chief, o autointitulado líder Rex, o fofoqueiro Duke, o mais bobo do time, Boss e o King, um cachorro com bastante classe. É então que a história passa-se a desenvolver e a lealdade de cão x homem é posta à prova. O que mais tem dificuldades em obedecer é Chief, exatamente por sempre ser um cachorro de rua não entende o porquê deve-se obedecer a um humano.
A forma como a narrativa
acontece chama-se atenção, em alguns momentos como crítica os cachorros falam “seria
tão bom entender o que esse garoto fala”, afinal normalmente não entendemos
o que os nossos fies amigos estão tentando nos contar. Mas, além disso, os
elementos em stop motion acelerados dão um tom cômico a como ocorre à narração
e é uma obra de arte vista em filme, principalmente pelos detalhes expressos
nos personagens.
Quanto ao quesito mídia, o
filme faz várias menções sobre como a população foi levada a essa situação
através do que foi reproduzido por televisões e jornais. O que pode ser
facilmente visto na sociedade, que tem como 4º poder a mídia –pessoas que já
leram ou viram “O quarto poder” podem entender - domina as telas e diz a uma sociedade
letrada e não letrado, de quem gostam e do que você deve ou não fazer.
Temos também uma personagem
secundária que enquanto Atari está na Ilha dos cachorros está em Magasaki,
como estudante intercambista, tenta mudar essa legislação fazendo investigações
para o jornal estudantil de sua escola e que se envolve demais com a história.
Apesar do tom cômico adquirido
é um filme cheio de metáforas com nossa sociedade e podemos alterar cachorros
por refugiados, por exemplo, ou qualquer outro para entender um pouco mais. Com
certeza, não é um filme apenas para crianças e também para adultos repensarem sobre algumas questões.
O filme estreia dia 19 de julho
de 2018 nos cinemas.
Sinopse: Atari Kobayashi é um garoto japonês de 12 anos de idade. Ele mora na cidade de Megasaki, sob tutela do corrupto prefeito Kobayashi. O político aprova uma nova lei que proíbe os cachorros de morarem no local, fazendo com que todos os animais sejam enviados a uma ilha vizinha repleta de lixo. Mas o pequeno Atari não aceita se separar do cachorro Spots. Ele convoca os amigos, rouba um jato em miniatura e parte em busca de seu fiel amigo. A aventura vai transformar completamente a vida da cidade.
Título original : Isle Of Dogs
Distribuidor: Fox Film do Brasil
Ano de produção: 2018
Tipo de filme: longa-metragem
Idiomas: Inglês, Japonês
Duração: 1h42min