Vestindo Ideias: arte

Exposição: 34º Panorama da Arte Brasileira – Da pedra Da terra Daqui

arte 04 novembro

A exposição 34º Panorama da Arte Brasileira - Da pedra Da terra Daqui, ocorre no MAM até 18 de dezembro. Fui nessa exposição para uma matéria da faculdade e resolvi trazer para o blog para contar minha impressão sobre ela.

A exposição é dividida em suas salas, é importante falar isso porque eu quase saí sem ver a segunda parte! Fui achando que ia ver pedras e me deparei com uma exposição com uma intervenção artística maravilhosa, as pedras são a interligação entre todas as obras. Como assim? Acontece que as pedras foram retiradas de locais onde vivem os sambaquis, um povo desconhecido pelo país (ou esquecido).

Quatro coisas me chamaram a atenção: O primeiro filme logo na entrada de Cao Guimarães que conta um pouco sobre a origem do povo sambaqui e como eles vivem, é legal pesquisar o artista para entender o vídeo. A outra é uma sala (imagem abaixo) com um cheiro forte de terra molhada e sem água, uma reflexão sobre a falta de água, fiquem atentos aos televisores espalhados pelo chão, eles possuem uma mensagem forte.

A outra que gostei na verdade são duas em uma só: é da artista Berna Reale, que é perita criminal na cidade do país mais violenta que existe. Eu quase não vi essa sala e quase morri ao entrar (risos) a entrada é super escura e uma música animada toca fortemente, as paredes são forradas com papelão (veja o vídeo no meu Instragram!) e imitam o buraco de bala, isso sem contar que por baixo dessa música animada há pessoas relatando ocorridos policiais, como uma forma de abafar a verdade da periferia sabe? E da mesma artista encontra-se ao fundo um vídeo interessante que debate a importância do trabalho.

As pedras são importantes para a exposição no geral e fazem parte da obra de Erika Verzutti em que se trata de cemitérios e outros objetos de decoração e ficam no meio do local onde está tudo exposto. É mais uma crítica excelente, na segunda sala têm vídeos e uma explicação detalhada sobre o povo e sua importância.

A exposição ficará em cartaz até o dia 18 de dezembro e está no MAM (Museu da Arte Moderna) no parque do Ibirapuera. O horário de funcionamento é o mesmo de qualquer museu.

E então, gostaram?

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Exposição: Ron Mueck na Pinacoteca

arte 02 fevereiro

Olá! Hoje trago para vocês mais uma exposição que fui nessas férias (na verdade, ano passado, bem no finalzinho de dezembro) demorei mais trouxe! Eu fui na esposição do hiper-realista Ron Mueck na Pinacoteca.

Ron Mueck fez o seu próprio rosto na obra Mask II, autorretrato de 2002 e uma de suas obras mais conhecidas.

Sabe aquela exposição que você vai meio sem querer? Comigo foi assim, eu tinha ido na Galeria do Rock e aproveitado e passado na exposição da Mafalda, como ainda era cedo eu e minha amiga resolvemos aproveitar e ir na Pinacoteca. Para nosso espanto passamos 23 minutos (cronometrados) na fila e entramos. A exposição é das esculturas hiper-realistas do australiano Ron Mueck, suas esculturas são daquelas que não conseguimos explicar. Ele sempre fez muitos bonecos e marionetes para televisão e cinema e com isso teve parâmetros para a criação de suas obras que beiram a perfeição humana.

A exposição conta com aproxidamente (pelo o que eu me lembro) 8 esculturas hiper-realistas. Cada uma com um significado escondido e normalmente expressões carregadas de emoção. Sua perfeição é evidente em cada traço, ele consegue até mesmo reproduzir os pelos do corpo humano e até mesmo os da orelha. Nessa acima, retratado um homem com bronzeado muito bem feito.

A maioria de suas obras são bem individualistas, o olhar é parado no tempo como se o mundo ao redor não existisse. Algumas com muita exceção o olhar varia de lugar, como é o caso da mulher nua carregando galhos em que ele utiliza da técnica que parece que ela te acompanha onde você está. O olhar de cada personagem é muito intenso, e como na primeira imagem que vimos muita gente passava e dizia "que bonitinhos" mas quando olhado de costas via-se que o garoto segurava fortemente o braço da menina.

Observação pessoal: Quando fui na exposição havia muitas crianças e os monitores tinham que pedir para que os pais ou responsáveis ficassem de olho, isso sem contar que por serem novas elas nem sabiam o que estava ocorrendo, o que torna a coisa chata para quem realmente quer ver a exposição (leve as crianças se elas estiverem interessadas, caso contrário fica chato). Outra coisa é que ao invés das pessoas apreciarem as obras, ficavam na frente tentando tirar a melhor foto, sem se importar em olhar atrás ou como eu vi, uma mulher querendo que o filho sorrisse ao lado de uma escultura de uma garoto jovem e negro baleado (crítica do artista), pois ela simplesmente nem se importou com o que estava acontecendo. Então, stop com as self galera e vamos aproveitar a exposição em si!

Obra Couple Under a Umbrella de 2013

Achei interessante cada detalhe das obras e pude apreciar bem cada obra. A Pinacoteca é um pouco rígida com algumas coisas como: saindo de uma sala você não pode voltar, não se pode atender celular dentro da exposição e caso o faça será convidado a se retirar e não terá o direito de voltar. Essa última obra muitos já devem ter visto na internet, que é desse casal de idosos, como a maioria das obras ela não é serena, se olhar direito verá que não são esculturas alegres. Outra coisa é que essa é a maior obra do artista em exposição o que a faz ainda mais rica em detalhes.

Além das obras é exibido também um vídeo intitulado "Still Life: Ron Mueck At Work" (2011-2013), de Gautier Deblonde em que é nos mostrado como o artista faz cada obra e como ele é minucioso ao escolher certinho como fazer. Esse vídeo é legal pois ele dá um quebra na exposição e te faz perceber alguns detalhes que você acaba nem reparando.

Crítica: Minha crítica não se vai a horas na fila, nem as pessoas chatas que te empurram para tirar foto. Quero criticar o panfleto distribuído para você ir lendo sobre a exposição, ele estaria ok se não estivesse com ordem errada. É muito chato te darem isso para você acompanhar a exposição e ter que ir procurando já que o que está como primeira obra na verdade é segunda e depois volta, enfim uma bagunça. Não sei se mudaram, mas achei bem chato isso quando fui.

No mais, eu adorei a exposição. Achei cada detalhe maravilhoso e acho importante muita gente ir para ver como é tudo certinho. Fui durante a semana, no horário bem depois do almoço, então não enfrentei nenhum tipo de fila nem nada e o mais legal é que a Pinacoteca fica literalmente em frente a estação Luz, então é só sair e pronto você está no local. Quem é de São Paulo ou vai vir visitar a cidade, essa exposição merece sua atenção.

Horários: Terça a domingo das 10h às 22h. (especial de janeiro). Em fevereiro o horário de funcionamento será de terça a domingo das 10h às 18h e de quinta das 10h às 22h. O valor da entrada é 6 reais (estudante paga meia). Toda quinta depois das 17h e aos sábados a entrada é gratuita. Para maiores informações clique aqui. A exposição irá até dia 22 de fevereiro!