Eu cresci assistindo a Maisa na televisão e confesso que é meio estranho: Eu irei completar 26 anos em poucos meses e ela está com 18 anos recém completados, o que mostra que desde que comecei a entender o que era televisão tenho memórias fortes sobre ela.
Desde
que ela saiu do SBT eu sabia que seria pra algo da Netflix
(inclusive, ela nem fez questão de esconder) e eu fiquei muito feliz, pois acredito que ela merece o mundo e
que se manter por muitos anos na mesma emissora não estava demonstrando todo o
talento que a dona e proprietária do SBT (e agora da Netflix!) possui.
Voltando à questão da idade da Maisa é exatamente sobre
isso o filme: Vincenza, uma menina que foi criada em uma comunidade hippie
chamada de “universo cósmico” completa 18 anos e aproveita uma ida de sua
mãe à Índia para ir atrás de parte de quem ela é: Encontrar seu pai.
É então que essa menina com nome estranho encontra uma
foto de sua mãe junto á alguém no Carnaval
que deu origem à sua concepção e não pensa duas vezes: Sobe em sua bicicleta
até a rodoviária mais próxima, coloca sua bicicleta á venda e vai para o Rio de
Janeiro, mais especificamente para Santa
Teresa em busca de quem acha que possa ser seu pai.
Como a própria personagem diz em vários momentos “eu não como nem porque, mas sempre consigo
tudo aquilo que quero” e é com isso que ela encontra o Paco, personagem de
Eduardo Moscovis apenas com uma foto em sua mão.
Após encontrar quem ela acredita ser seu pai, ela fica em
uma casa estilo Airbnb e para ter sua hospedagem, conserta problemas e realiza
a limpeza do local. Em um desses
momentos ela encontra uma foto de sua mãe beijando outra pessoa e então decide
ir atrás dessa pessoa também.
É a
partir de então que ela passa a ter dois pais, mas um não sabe da
existência do outro e nessa ela acaba se envolvendo nas mais diversas
confusões.
Vincenza
é uma menina doce e muito inteligente, mas alguns pontos eu acredito que
pudessem ser desenvolvidos de uma maneira melhor. Por
exemplo, se ela nunca tinha saído do local que vivia e não sabia nem o que era
um elevador, como que conseguiu se virar tão bem? Ela diz que mal usa o
celular, mas não explica como eles conseguem dinheiro para viver na comunidade.
A fonte de renda não é explicada, é
deixado no ar que é por meio da venda de artes, mas não é dito isso em nenhum
momento. E onde foi que ela estudou? Foi estudo em casa?
Existem
alguns pontos que ficaram abertos e que acredito que pudessem ter sido mais bem
desenvolvidos. É um filme leve, uma típica comédia
romântica que além de toda a questão com pais há também um par romântico para a
personagem principal.
Também uma coisa que me incomodou é que todo mundo
acreditava que ela estava fantasiada, mas eu não achei as roupas dela super
diferentes ou hippies demais. Na verdade, apenas se for um boho chic, mas essa
parte da moda acredito que poderia ter sido explorada de outra maneira.
Eu
não sei se classificaria como uma forma de repensar as estruturas familiares, já
que sua mãe a criou sozinha, ou mesmo
como algo adolescente. Ao meu ver é um filme que se desenvolve bem entre
ambas as partes, mas que deixou alguns pontos em aberto que poderiam ter sido
melhor desenvolvidos. E reforço que vale
sim à pena assistir, mas vá com a mente que não é um filme com roteiro
incrível, mas que os atores e atrizes de peso estão participando e que isso
realmente reforçou algo maravilhoso. Ah, e Thaynara OG também faz parte do elenco e acredito que ela poderia
ter sido explorada de forma melhor, ainda mais porque ela pra fazer comédia é
sensacional.
É claramente um conto de fadas moderno com uma menina que
nunca teve ganhando o mundo e lutando para ter tudo que deseja. Isso é possível
de sentir em vários momentos, inclusive se observar o cenário no qual ela vive
ou em como as coisas acontecem para ela. Indico que assistam e tirem suas
próprias conclusões sobre o filme.