Resenha: “Pai em dobro” é um conto de fadas moderno

19 janeiro

 Eu cresci assistindo a Maisa na televisão e confesso que é meio estranho: Eu irei completar 26 anos em poucos meses e ela está com 18 anos recém completados, o que mostra que desde que comecei a entender o que era televisão tenho memórias fortes sobre ela.

Desde que ela saiu do SBT eu sabia que seria pra algo da Netflix (inclusive, ela nem fez questão de esconder) e eu fiquei muito feliz, pois acredito que ela merece o mundo e que se manter por muitos anos na mesma emissora não estava demonstrando todo o talento que a dona e proprietária do SBT (e agora da Netflix!) possui.

resenha pai em dobro


Voltando à questão da idade da Maisa é exatamente sobre isso o filme: Vincenza, uma menina que foi criada em uma comunidade hippie chamada de “universo cósmico” completa 18 anos e aproveita uma ida de sua mãe à Índia para ir atrás de parte de quem ela é: Encontrar seu pai.

É então que essa menina com nome estranho encontra uma foto de sua mãe junto á alguém no Carnaval que deu origem à sua concepção e não pensa duas vezes: Sobe em sua bicicleta até a rodoviária mais próxima, coloca sua bicicleta á venda e vai para o Rio de Janeiro, mais especificamente para Santa Teresa em busca de quem acha que possa ser seu pai.

Como a própria personagem diz em vários momentos “eu não como nem porque, mas sempre consigo tudo aquilo que quero” e é com isso que ela encontra o Paco, personagem de Eduardo Moscovis apenas com uma foto em sua mão.

Após encontrar quem ela acredita ser seu pai, ela fica em uma casa estilo Airbnb e para ter sua hospedagem, conserta problemas e realiza a limpeza do local. Em um desses momentos ela encontra uma foto de sua mãe beijando outra pessoa e então decide ir atrás dessa pessoa também.

É a partir de então que ela passa a ter dois pais, mas um não sabe da existência do outro e nessa ela acaba se envolvendo nas mais diversas confusões.

Vincenza é uma menina doce e muito inteligente, mas alguns pontos eu acredito que pudessem ser desenvolvidos de uma maneira melhor. Por exemplo, se ela nunca tinha saído do local que vivia e não sabia nem o que era um elevador, como que conseguiu se virar tão bem? Ela diz que mal usa o celular, mas não explica como eles conseguem dinheiro para viver na comunidade. A fonte de renda não é explicada, é deixado no ar que é por meio da venda de artes, mas não é dito isso em nenhum momento. E onde foi que ela estudou? Foi estudo em casa?

Existem alguns pontos que ficaram abertos e que acredito que pudessem ter sido mais bem desenvolvidos. É um filme leve, uma típica comédia romântica que além de toda a questão com pais há também um par romântico para a personagem principal.

Também uma coisa que me incomodou é que todo mundo acreditava que ela estava fantasiada, mas eu não achei as roupas dela super diferentes ou hippies demais. Na verdade, apenas se for um boho chic, mas essa parte da moda acredito que poderia ter sido explorada de outra maneira.

Eu não sei se classificaria como uma forma de repensar as estruturas familiares, já que sua mãe a criou sozinha, ou mesmo como algo adolescente. Ao meu ver é um filme que se desenvolve bem entre ambas as partes, mas que deixou alguns pontos em aberto que poderiam ter sido melhor desenvolvidos. E reforço que vale sim à pena assistir, mas vá com a mente que não é um filme com roteiro incrível, mas que os atores e atrizes de peso estão participando e que isso realmente reforçou algo maravilhoso. Ah, e Thaynara OG também faz parte do elenco e acredito que ela poderia ter sido explorada de forma melhor, ainda mais porque ela pra fazer comédia é sensacional.

É claramente um conto de fadas moderno com uma menina que nunca teve ganhando o mundo e lutando para ter tudo que deseja. Isso é possível de sentir em vários momentos, inclusive se observar o cenário no qual ela vive ou em como as coisas acontecem para ela. Indico que assistam e tirem suas próprias conclusões sobre o filme.


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1 comentários

  1. É, a Maísa realmente cresceu. Fiquei curioso em assistir o longa, ainda mais que tem a Thaynara OG. Valeu pela resenha.

    Bom fim de semana!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

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