A série que criou personagens fortes foi cancelada pela Netflix e seus últimos episódios foram liberados no dia 31/12.
Desde o
lançamento a série foi um fenômeno, tanto pela sua proposta em ser de terror
quanto pelas expectativas. O personagem Salem, o gato falante, não se fez tão
presente assim nas temporadas, decepcionando fãs da série de comédia dos anos 80
que apresentou a personagem Sabrina Spellman.
Mas conforme
o tempo passou foi compreendido que a atmosfera era outra, assim como enredo, e
que não caberia naquele ponto um gato falante e sim que apenas os personagens
humanos tivessem falas.
Nas primeiras
temporadas vimos diversos personagens ganhando destaque: Theo, Ambrose, Nick,
Sabrina entre tantos outros. A história é sobre uma Sabrina adolescente
descobrindo seus poderes e aprendendo a utilizar da melhor maneira e a
personagem principal foi se tornando mais madura ao longo da série.
Na quarta
temporada entretanto todas as narrativas que estavam ganhando destaque e se
tornando mais fortes, foram quebradas. Ao contrário das demais que prendiam o
telespectador nessa por ter um tema recorrente o que poderia se tornar
interessante, acabou por se tornar monótono demais.
Além disso,
muitos personagens que amadureceram ao longo da série foram colocados como na
primeira temporada os transformando em imaturos e com atitudes que não parecem
ser com tudo que eles cresceram. Uma comparação legal é pensar como a saída de
Karev da Grey’s Anatomy, onde colocaram o ator como se ele tivesse os mesmos
modos e maneiras da primeira temporada, anulando todas as mudanças que haviam
ocorrido. Então sim, isso foi algo que deixou a desejar.
Nessa última
temporada houve também uma tentativa de deixar o Salem mais visível, mesmo com
a alergia da atriz, e nisso foi bem legal. Além disso, houve também uma
homenagem aos fãs da série original bem legal mas ocorreu no momento errado.
Muitos pontos
que foram levantados anteriormente parecem ter sido esquecidos nesse final o
que confesso que me deixou chateada, além do roteiro parecer totalmente
desconexo das demais temporadas. O jeito como terminou não me incomodou, mas há
uma questão que fica no ar e um clichê que também fica sem sentido.
Apesar de a
série levar o nome da Sabrina, acredito que poderia ter dado mais atenção aos
demais personagens que estão no círculo próximo à ela, mas isso não ocorreu.
Além disso, algumas questões como as relações paternas da protagonista também
ficaram esquisitas, além de Lúcifer e Lilith terem se perdido.
Se antes esse
casal infernal causava arrepios, dessa vez eles ficaram esquecidos parecendo
duas marionetes sem poderes. Isso sem contar atitudes desconexas que ambos
tiveram e culminou em seus próprios horrores, porém que caso o script se
mantivesse das temporadas anteriores isso não teria ocorrido.
No geral, o
grande erro foi do roteirista que deixou tudo muito fraco e de uma maneira que
não agradou grande parte dos fãs e me encaixo nisso. A série foi oficialmente
cancelada pela Netflix, mas o que poderia ser motivo de uma despedida dolorosa
se tornou raivosa, tendo em vista que tudo que até então havia sido construído
foi fragmentado perdendo seu sentido.
Apesar dos
pesares, caso você tenha assistido à série até a parte 3, indico assistir essa
última temporada e tirar suas próprias conclusões.