O ano de 2017 nos Estados Unidos está sendo marcado por diversos acontecimentos políticos importantes e no Grammy 2017 não poderia ter sido diferente. Esse ano os acontecimentos já chamaram a atenção antes, porque com a eleição de Donald Trump já ameaçou impedir a ida de diversos atores de nacionalidade árabe de comparecer à outros eventos.
O clima começou pesado logo no tapete vermelho, onde Joe Villa uma cantora decididamente de direita que afirma com todas as letras ter votado em Trump, apareceu com um vestido épico com os dizeres "America great again" (em tradução livre, America está boa novamente) e Trump. Um detalhe importante e que deve ser lembrado é que quem confeccionou o vestido foi um homem gay, de direita e imigrante que (para o espanto de todos!) votou em Trump. Mas ela assumir em quem votou e qual a sua posição política ao menos mostra que ela se assume aos seus fãs.
A nossa deusa Beyonce além de ter feito um discurso em que dizia "É importante para mim mostrar essas imagens para minhas crianças para que elas possam refletir sua beleza e crescer no mundo olhando em um espelho. Primeiro através de suas famílias, assim como as notícias, o Super Bowl, as Olimpíadas, a Casa Branca e os Grammys. Vejam vocês mesmos. Eu não tenho dúvidas que elas são lindas, inteligentes e capazes.” também utilizou da moda como maneira de mostrar seu lado político, ao se vestir como uma lembrando uma santa católica, mas na verdade sendo um vestido inspirado em Oxum, que é cultuado no Candomblé e na Umbanda e é um orixá feminino que reina sobre a água doce dos rios e cachoeiras. Vale dizer que Trump é um cara que se diz conservador e católico, logo sua roupa foi uma bela de uma afronta.
Katy Perry em seu melhor cabelo loiro, apareceu usando um broche em seu look da Planet Parentehood, uma empresa que realiza aborto nos Estados Unidos. Recentemente a empresa foi acusada de vender órgãos de recém nascidos abortados. Mas não parou por aí, para arrematar a noite ela interpretou sua canção "Chained to the Rhythm" que possui no refrão "Achamos que somos livres" e ao final foi colocado em projeção "Nós, o povo" primeira frase do documento mais importante do país.
Tirando Joe Villa que abertamente defende o atual presidente, o restante transformou o evento em um grande ato político. A maioria que de algum modo colocou sua opinião em jogo, são mulheres. Mulheres que querem ser ouvidas e precisam serem ouvidas. Foi com toda certeza o melhor grammy da história, principalmente quando Adele mostrou a famosa solidariedade feminina, que tanto tentam nos convencer de que não existe. A cantora quebrou o prêmio recebido e o dividiu com Beyonce, afirmando que seu CD Lemonade merecia ter ganho o prêmio.
E vocês, acompanharam?